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ALINE BISCHOFF
( Osasco, São Paulo, Brasil )
INTENSIDADE
Minha alma não é para ser lida.
É para ser vorazmente devorada.
Tenho nela a urgência dos afogados,
A pressa insana dos desesperados.
A fúria de um mar bravio.
A desvario dos ciclones.
Onde pisam os meus pés,
Surgem intensos terremotos,
Oscilando lavas de vulcões extintos.
Por isso, sorva-a até a última gota.
Deixe-me lívida, lúgubre e inabitada.
Tire-a de mim, pois seria um alívio não a ter
E poder encontrar algum descanso
Em outros braços, nalgum novo porto
De chegadas inesperadas,
Onde o tudo fosse realmente o tudo,
E o nada, apenas o nada.
VOZES DE AÇO. XXIII Antologia poética de diversos autores. Homenagem à escritora Raquel Naveira. Org. Jean Carlos Gomes. Volta Redonda, RJ: Gráfica Drumond, 2021. 104 p. 15 x 21 cm. ISBN 978-65-86744-31-6
Ex. bibl. Antonio Miranda
SER POETA
Vivamente, ser poeta
É ter a alma descoberta
Pela paz que a liberta.
É navegar em oceanos profundos,
Adentrar em adversos submundos,
Por um ou mil preciosos segundos.
É ter, contudo, mente aberta
A cada vez que desperta,
A inspiração fugaz e incerta.
É lidar com a alegria e a tristeza,
Contemplando-as com singeleza,
Fazendo disso a sua maior proeza.
Se a arte de amar é a mesma de ser poeta*
E amar é ter o coração em riso e festa**
Então esta será sempre a minha meta!
*Referência à consagra citação de Cecília Meirelles
“A arte de ama é a mesma de ser poeta.”
**Referência à consagrada citação do poeta Gonçalves Dias:
“Amor é ter o coração em riso e festa”.
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Página ampliada em setembro de 2021
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